terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Ortopedia - resumo fraturas (conceito geral) e consolidação óssea

Definição:
Perda da capacidade do osso em transmitir carga durante o movimento, por perda da integridade estrutural.

Classificação:
Pode ser pelo mecanismo de trauma, agente do trauma, integridade do revestimento cutâneo, entre outras.
A mais usada é de acordo com a localização, em traumatismo direto -> quando a força é aplicada e ali se localiza a lesão; ou traumatismo indireto -> quando a força é aplicada em um local e é transmitida provocando a fratura em um local distante ao da aplicação da força. (Pessoa desequilibra e cai apoiando a mão. O impacto é aplicado na região palmar, mas pode transmitir-se pelo membro superior e provocar fratura no cotovelo, ombro ou clavícula).

O osso ao quebrar rompe com o periósteo causando sangramento, formando um hematoma que é contido pelas partes moles. O foco da fratura é composto pelas extremidades fraturadas, hematoma e periósteo; é aí onde se forma as reações para reparar a lesão e consolidar a fratura.
Consolidação óssea
Reação inflamatória localizada, acelerada, controlada no tempo que produz a cura de uma fratura não por tecido cicatricial, mas pela produção de tecido ósseo igual ao original.
Do ponto de vista histológico pode ser dividida nos tipos direta (primária ou angiógena) ou indireta (secundária). Ambas terminam com reconstrução endosteal e cortical, devolvendo a capacidade mecânica de condução de caga e adaptação aos esforços mecânicos. Duas condições são indispensáveis: vascularização e estabilidade.



Consolidação indireta
É aquela presente em todos os mamíferos e maioria dos vertebrados. A fratura causa lesão de vasos regionais que formam um hematoma envolvendo a fratura e gerando coagulação. Dor e instabilidade local provocam contratura muscular reflexa reduzindo a instabilidade natural da fratura, mas causa encurtamentos e desvios. Ocorre nas fraturas não tratadas. Após a estabilização e por ação dos tecidos moles vizinhos o osso manteve sua vitalidade, a partir de então surgem brotos vasculares que invadem o hematoma e trazem células pluripotentes que se transformam em fibrócitos e condrócitos gerando um arcabouço envolvendo a fratura. A medida que ocorre proliferação celular, o arcabouço se torna mais firme  e estabiliza progressiva e definitivamente a fratura, a partir dessa estabilização se inicia a produção do tecido ósseo que estabelece a integridade óssea no ponto de vista mecânico e circulatório. A remodelação termina por volta de 18 meses.

Consolidação direta
Se dá pela produção direta de tecido ósseo com recomposição da circulação e da continuidade óssea cortical e endosteal. O responsável por este processo é a osteona, uma unidade funcional caracterizada por um capilar neoformado que, a partir do osso vascularizado, avança em direção à fratura. Na sua ponta se encontra osteoclastos que absorvem o osso desvitalizado (não capilarizado), imediatamente atrás dos osteoclastos o capilar conduz histiócitos (pluricelulas) que formam osteoblastos que produz matriz osteóide e osteócitos e osso. É refeita a circulação cortical e reestabelecida a integridade óssea, esse processo dura 2 meses. A remodelação gira entorno de 18 meses.

RESUMINDO:
A consolidação indireta gera tecido fibroso e cartilaginoso para a neo-ossificalção pós fratura, já a consolidação indireta não utiliza desses meios, gerando tecido ósseo de maneira direta.

BIBLIOGRAFIA
Ortopedia e Traumatologia: princípios e prática. 4ª edição. Sizinio Herbert. Porto Alegre: Artmed, 2009: 1487
Ortopedia e traumatologia para graduação médica. SBOT 2010.

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