Definição:
Perda da capacidade do osso em
transmitir carga durante o movimento, por perda da integridade estrutural.
Classificação:
Pode ser pelo mecanismo de trauma,
agente do trauma, integridade do revestimento cutâneo, entre outras.
A
mais usada é de acordo com a localização, em traumatismo direto -> quando a
força é aplicada e ali se localiza a lesão; ou traumatismo indireto ->
quando a força é aplicada em um local e é transmitida provocando a fratura em um
local distante ao da aplicação da força. (Pessoa desequilibra e cai apoiando a
mão. O impacto é aplicado na região palmar, mas pode transmitir-se pelo membro
superior e provocar fratura no cotovelo, ombro ou clavícula).
O
osso ao quebrar rompe com o periósteo causando sangramento, formando um
hematoma que é contido pelas partes moles. O foco da fratura é composto pelas
extremidades fraturadas, hematoma e periósteo; é aí onde se forma as reações para
reparar a lesão e consolidar a fratura.
Consolidação óssea
Reação
inflamatória localizada, acelerada, controlada no tempo que produz a cura de
uma fratura não por tecido cicatricial, mas pela produção de tecido ósseo igual
ao original.
Do
ponto de vista histológico pode ser dividida nos tipos direta (primária ou
angiógena) ou indireta (secundária). Ambas terminam com reconstrução endosteal
e cortical, devolvendo a capacidade mecânica de condução de caga e adaptação
aos esforços mecânicos. Duas condições são indispensáveis: vascularização e estabilidade.
Consolidação indireta
É
aquela presente em todos os mamíferos e maioria dos vertebrados. A fratura
causa lesão de vasos regionais que formam um hematoma envolvendo a fratura e
gerando coagulação. Dor e instabilidade local provocam contratura muscular reflexa
reduzindo a instabilidade natural da fratura, mas causa encurtamentos e
desvios. Ocorre nas fraturas não tratadas. Após a estabilização e por ação dos
tecidos moles vizinhos o osso manteve sua vitalidade, a partir de então surgem
brotos vasculares que invadem o hematoma e trazem células pluripotentes que se
transformam em fibrócitos e condrócitos gerando um arcabouço envolvendo a
fratura. A medida que ocorre proliferação celular, o arcabouço se torna mais
firme e estabiliza progressiva e
definitivamente a fratura, a partir dessa estabilização se inicia a produção do
tecido ósseo que estabelece a integridade óssea no ponto de vista mecânico e
circulatório. A remodelação termina por volta de 18 meses.
Consolidação direta
Se
dá pela produção direta de tecido ósseo com recomposição da circulação e da
continuidade óssea cortical e endosteal. O responsável por este processo é a
osteona, uma unidade funcional caracterizada por um capilar neoformado que, a
partir do osso vascularizado, avança em direção à fratura. Na sua ponta se
encontra osteoclastos que absorvem o osso desvitalizado (não capilarizado), imediatamente
atrás dos osteoclastos o capilar conduz histiócitos (pluricelulas) que formam
osteoblastos que produz matriz osteóide e osteócitos e osso. É refeita a
circulação cortical e reestabelecida a integridade óssea, esse processo dura 2
meses. A remodelação gira entorno de 18 meses.
RESUMINDO:
A consolidação indireta gera tecido
fibroso e cartilaginoso para a neo-ossificalção pós fratura, já a consolidação
indireta não utiliza desses meios, gerando tecido ósseo de maneira direta.
BIBLIOGRAFIA
Ortopedia e Traumatologia: princípios e prática. 4ª edição. Sizinio Herbert. Porto Alegre: Artmed, 2009: 1487
Ortopedia e traumatologia para graduação médica. SBOT 2010.
LINKS PARA ESTUDO: